Como ajudar o meu filho/a na tomada de decisão?

O papel dos pais ou pessoas mais significativas na vida dos jovens é muito relevante nas escolhas que os mesmos fazem, sendo por isso importante estar atento aos comportamentos e atitudes que estes agentes educativos realizam.

Mesmo que a intenção não seja interferir e por isso, afastarem-se nos momentos de tomada de decisão, essa interferência já ocorreu.

A passagem de valores, de informação e expectativas já ocorreu.

A questão é saber se o modo como foi percecionada pelos jovens é a que traduz realmente o que os pais ou estes agentes educativos defendem.
Estar disponível para conversar e escutar o que os jovens têm para dizer é muito importante. Dar-lhes espaço para que eles se sintam seguros e confortáveis nas suas partilhas é fundamental para compreendermos as suas escolhas.

Neste processo de tomada de decisão, algumas competências deverão ser trabalhadas com os jovens, consoante as dificuldades que eles vão identificando, tais como:

#1 Indiferença – Tanto faz.
Provavelmente não está a escolher tendo em conta um planeamento mais a médio ou longo prazo, mas sim no imediato.
Importante alongar esta sua perspetiva para o ano seguinte ou dali a 3 anos. Como será ao manter esta sua escolha?

#2 Irrealismo – Quero e pronto.
Ao percebermos que a escolha indicada se afasta muito da pessoa que o jovem é, dos requisitos exigidos para aquela opção… importante levá-lo a obter essa informação. Estimular a sua curiosidade por aquela e outras opções. Perceber quais os motivos que o levam a escolher aquela opção. Quais os valores e as crenças envolvidas?

#3 Indecisão – Não sei!
Procurar explorar a onde reside esta indecisão. No curso, na escola, nas saídas….?
É porque gosta de tudo ou não gosta de nada? É porque sente que se escolher algo perde outra coisa?
Que tal categorizar os seus elevados interesses, entre profissional e tempo livre? Criar prioridades de interesses?
Que tal proporcionar novas experiências ou novos estímulos quando o jovem revela interesses tão baixos e pouco diversificados?

#4 Inibido – Como faço?
Falaremos deste tópico no próximo episódio – 3ª feira às 13h na minha página de FB – https://www.facebook.com/DanielaMouratoCoachPsicologa/

Importante que os Pais continuem a ser Pais e não técnicos.

Questões mais específicas e técnicas devem ser colocadas aos psicólogos/as que acompanham os filhos nestas intervenções, às escolas ou a outros responsáveis diretamente relacionados com as escolhas em questão.

Procurar esclarecer as dúvidas e angústias é fundamental, para que o ambiente entre pais e filhos seja o mais propício a uma comunicação mais eficaz e eficiente.

Esta rúbrica não pretende substituir o apoio imprescindível que os psicólogos/as realizam nas escolas aos filhos, mas sim apoiar os pais no modo como podem ajudar os seus filhos. Quer seja ao nível dos seus comportamentos e atitudes, quer seja na passagem de informação relevante para a tomada de decisão.